A Cooperativa Vinícola Garibaldi finalizou o recebimento de uvas da safra de 2025 com um total de 28,2 milhões de quilos da fruta, fornecidos por seus 470 cooperados. Em contraste com o ano anterior, quando a produção sofreu uma quebra de 35%, a atual colheita marcou o retorno à normalidade em termos de quantidade. Além do volume expressivo, a qualidade das uvas colhidas também se destacou, consolidando a cooperativa como uma das principais do setor vitivinícola nacional.
As condições climáticas foram determinantes para o sucesso da colheita. Segundo o enólogo Ricardo Morari, todas as variedades colhidas apresentaram um padrão elevado de maturidade e sanidade. "Foi uma safra de excelente qualidade, desde as variedades precoces até as últimas", afirmou.

As uvas precoces, especialmente as brancas utilizadas na produção de espumantes, se beneficiaram da baixa incidência de chuvas e de noites frias, o que proporcionou uma maturação lenta, preservando acidez e frescor. Já as variedades tintas foram favorecidas por um clima seco e temperaturas elevadas, fatores essenciais para a correta maturação dos açúcares e dos compostos fenólicos, resultando em vinhos e espumantes de alta qualidade.
Um dos desafios desta safra foi a antecipação da colheita em 10 a 15 dias em relação ao período habitual. O tempo seco e a baixa umidade aceleraram o processo de maturação, exigindo uma colheita em ritmo acelerado para garantir a qualidade da produção. "Foi uma vindima bastante desafiadora, exigindo a colheita de grandes volumes em um curto espaço de tempo", explicou Morari.
Na distribuição dos volumes colhidos, 38% das uvas serão destinadas à elaboração de espumantes, 5% para vinhos finos e 57% para sucos e vinhos de mesa. Em relação à coloração, 48% das uvas recebidas são brancas e 52% tintas.
Nos 1,2 mil hectares cultivados pelos cooperados, destacam-se as variedades Isabel, Moscato e Prosecco, que juntas correspondem a 46% do total recebido. Também figuram entre as principais variedades a Trebbiano e a Chardonnay. Ao todo, a cooperativa recebeu uvas de 64 diferentes castas.
Além das tradicionais cultivares, a Cooperativa Vinícola Garibaldi investe em variedades menos convencionais e exóticas, ampliando suas pesquisas em microvinificações. Nesta safra, duas novas variedades se destacaram: Irsai Oliver e Ribuele, ambas aprovadas nos testes de cultivo em vinhedos experimentais e que agora estreiam na produção em escala industrial.
Com um desempenho marcado por volume e qualidade, a safra de 2025 reforça a relevância da Cooperativa Vinícola Garibaldi no cenário vitivinícola brasileiro e sinaliza um ano promissor para a elaboração de vinhos e espumantes de excelência.
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